Edição 154

O X da questão

No Espresso de hoje, você vai ver:

  • Tour das manchetes;

  • Musk pode ser a solução para os problemas do TikTok nos EUA;

  • Meta anuncia demissão de 5% de seus funcionários;

  • A IA está virando o amigo de fé e o irmão camarada de muitos brasileiros.

Tour das manchetes

🪷 Zuck menos radical? A Meta informou à Advocacia-Geral da União que as mudanças na política de checagem da empresa começarão apenas nos EUA. A companhia também afirmou estar comprometida com a transparência, o respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão.

🦁 O leão não vai rugir. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo considera manter a faixa de isenção do IR das Pessoas Físicas em dois salários mínimos em 2025. Com o reajuste do mínimo para R$ 1.518, a faixa de isenção aumentará para R$ 3.036 neste ano.

💣 Ação de Kiev. A Ucrânia lançou um "ataque massivo" com mais de 200 mísseis e drones contra várias cidades russas nesta terça, sendo a maior ofensiva a alvos militares no território da Rússia desde o início da guerra, conforme o governo ucraniano. A operação atingiu locais em Engels, Saratov, Kazan, Bryansk e Tula.

🕊️ Luz no fim do túnel. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que um acordo para libertação de reféns e cessar-fogo está “pronto para ser concluído e implementado” se o Hamas aceitá-lo. Blinken reconheceu que “em momentos diferentes, partes dificultaram a finalização de um acordo ou eventos atrasaram ou descarrilaram sua conclusão”.

🤖 Não é possível. Uma mulher de 53 anos perdeu o equivalente a R$ 5,2 milhões ao acreditar que estava tendo um relacionamento amoroso com o ator Brad Pitt. A vítima, identificada apenas como Anne, caiu num golpe cruel: o farsante que se passava pelo astro do cinema usou ferramenta de IA para compor imagens em que Pitt aparecia num leito de hospital.

🎾 Aqui é Brasil. João Fonseca, de 18 anos, fez história ao vencer o russo Andrey Rublev, número nove do ranking, por 3 sets a 0, no Aberto da Austrália. O brasileiro se tornou o mais jovem tenista do país a disputar uma das quatro principais competições de tênis do mundo.

Musk pode ser a solução para os problemas do TikTok nos EUA

| Mundo

(Axios)

Virou uma questão de sobrevivência. O governo chinês está considerando vender o TikTok para o empresário, magnata da mídia e novo queridinho dos republicanos, Mark Zuckerberg Elon Musk. 

📵 Um passo atrás. No ano passado, o Congresso americano aprovou uma lei que permite ao governo banir o TikTok caso a atual proprietária não venda a plataforma para uma empresa yankee.

Isso porque, não sei se você lembra, a ByteDance foi acusada de usar o algoritmo da rede social para, simplesmente, espionar os estadunidenses.

Com a decisão, muita gente comemorou o possível fim das operações de um inimigo da democracia e da liberdade americanas. 

Mas… esse pessoal talvez não saiba que a decisão pode impactar diretamente o faturamento de mais de 7 milhões de negócios americanos e a geração de US$ 24 bilhões anuais para a economia do país.

🤳 Um passo à frente. Se nada mudar até o dia 19/01, véspera da posse de Trump, é possível que o TikTok desapareça das lojinhas de apps dos EUA, tornando impossível o acesso para novos usuários.

  • Mesmo assim, diferente do que rolou com o X no Brasil, quem já tem o TTK baixado — pelo que estão comentando — poderá continuar gravando suas dancinhas, já que não haverá qualquer interferência nas operadoras.

Falando no novo POTUS, Trump já sinalizou que pretende adiar o bloqueio e até se reuniu com empresários americanos em busca de alternativas para a plataforma. 

Faz sentido, já que a plataforma teve um papel crucial em sua campanha e foi decisiva para garantir a vitória nas urnas.

💸 Voltando ao X da questão. Muitos analistas acreditam que Musk pode comprar as operações do TikTok nos EUA por meio do X, que já tem forte presença no mercado de redes sociais.

No entanto, o deal, avaliado entre US$ 40 bi e US$ 50 bi, não é fácil, nem para o homem mais rico do mundo. Musk ainda está quitando empréstimos da compra do X por US$ 44 bi, e a transação dependeria da venda de ativos ou novas parcerias de investimento.

Meta anuncia demissão de 5% de seus funcionários

| Negócios

(Getty Images)

Zuck está ligado no 220V. Depois da Microsoft anunciar cortes baseados em desempenho na semana passada, a Meta informou que vai seguir os mesmos passos e demitir 3600 funcionários. A fatia representa 5% da sua força de trabalho.

  • Essa é a terceira grande rodada de demissões na gigante da tecnologia em três anos. Antes disso, a empresa já havia eliminado 11 mil postos em 2022 e outros 10 mil em 2023.

💻 Big picture. No ano passado, os layoffs afetaram — e muito — o setor de tecnologia, que deve continuar perdendo funcionários por conta de novas prioridades de negócios.

  • Afinal, as big techs vão investir cada vez mais em áreas estratégicas, especialmente em IA, gerando alguns ajustes de rota  ou melhor, de pilotos  para alinhar as equipes aos interesses das empresas.

Apesar disso, no caso da Meta, vale repetir que as demissões são baseadas na performance de seus colaboradores, o que é diferente das rodadas de corte anteriores que foram voltadas para eficiências de custos.

Inclusive, pelo que o time de RH do Zuck vem falando, as funções eliminadas serão preenchidas novamente no futuro.

👋 Zoom out. Os cortes são os mais recentes de uma série de mudanças anunciadas pela Meta nas últimas semanas, antes do segundo governo Trump. 

Não sei se lembra, mas ontem divulgamos que a empresa encerrou seus principais programas de diversidade e inclusão e encerrou, para preocupação de muita gente, seu sistema de verificação de fatos.

A IA está virando o amigo de fé e o irmão camarada de muitos brasileiros

| Brasil

(Axios)

🎵 Amigo, você é o mais certo das horas incertas. Ao contrário do que escreveu o rei Roberto Carlos, parece que aquele que está ao seu lado em qualquer caminhada já não tem mais a cabeça de homem e o coração de menino.

What's going on? Um estudo sugere que um em cada dez brasileiros está trocando o ombro-amigo pelos prompts da IA para desabafar sobre a vida e buscar conselhos.

Segundo o levantamento, entre os motivos para as pessoas optarem pela relação com as máquinas estão a introspecção, os poucos amigos feitos ao longo da vida, os "ombros" indisponíveis para uma conversa e a solidão.

Inclusive, nessas conversas via chat, mais da metade dos entrevistados afirmaram utilizar uma linguagem formal para se comunicar — como se estivessem falando com outro ser humano.

Saudações cordiais, espero que este dia lhe traga alvíssaras e o encontre em pleno bem-estar.

🔦 A realidade explica. Em 2021, cerca de 50% dos brasileiros se sentiam sozinhos. Em um ranking com 28 países, o Brasil foi a nação em que as pessoas mais relatavam solidão, enquanto a média global era de 33%.

🔪 Remédio ou veneno? Esse cenário é uma faca de dois gumes. Embora a IA possa, em alguns casos, oferecer uma palavra de conforto em momentos oportunos, ela também pode aprofundar a solidão em muitas — mas muitas — pessoas.

Não é um bom momento para os historiadores no mercado de trabalho

| Carreira

(Reprodução)

O que você quer ser quando crescer? A clássica fórmula de "medicina, economia ou direito" deve ter sido a realidade de muitos leitores da Bússola.

  • É bem provável que, na hora de escolher seu curso para o vestibular, seu pai ou sua mãe tenha sugerido uma dessas três áreas como escolhas seguras a se fazer.

👨‍⚕️ Bem, errados eles não estavam... especialmente sobre as oportunidades em clínicas e hospitais. Uma pesquisa mostrou que 9 a cada 10 médicos estão empregados.

Farmacêuticos também não têm do que reclamar, com 80% deles no mercado. O mesmo vale para formados em Odontologia, TI e Ciência da Computação.

Do outro lado da tabela, tenho más notícias para os historiadores: 1 a cada 3 está desempregado no Brasil.

A situação também não é favorável para quem escolheu Relações Internacionais, Serviço Social, Radiologia, Enfermagem, Química ou Nutrição.

💼 É tempo de se reinventar. Quando o assunto é trabalhar fora da área de formação, os engenheiros químicos lideram, com 55% atuando em outros setores.

Já os jornalistas, categoria na qual este que vos fala se inclui, aparecem em sétimo lugar, com 40% atuando em áreas totalmente diferentes da escolha original.

📊 Dados e mais dados. Apesar da mudança de ares parecer uma ideia tentadora, nem sempre é compensatória. Quem se mantém na área de origem ganha, em média,27,5% a mais do que aqueles que alteraram sua rota.

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