Edição 345 - 08/10/2025

8 de outubro de 2025

Não precisa de filtro para protestar 🤳

De Nairóbi a Lima, a Geração Z decidiu trocar os memes por cartazes em protestos. Agora, os mesmos jovens que dominam os feeds estão dominando as ruas para derrubarem governos inteiros. Acontece que, em vez de likes, o que eles ganham é a possibilidade de revolução.

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 A Geração Z saiu dos feeds e agora está derrubando governos;

🟡 O governo está botando fé no Congresso para ver a MP do IOF aprovada;

🔴 As empresas querem um time de marketing que saiba a linguagem da juventude;

🔵 Para as companhias aéreas, as nuvens também são lugar de luxo;

🟣 Tem um mineral puxando o freio dos negócios por aqui.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. Não é preciso muito para ser muito - Lina Bo Bardi

A Geração Z saiu dos feeds e agora está derrubando governos

| Mundo

(Niranjan Shrestha)

👍 Curtidas e caos: Ao redor do planeta, os nascidos entre 1995 e 2009 decidiram romper com os estereótipos de “preguiçosos” e “alienados” para tomar as ruas.

Esses jovens, que cresceram com a internet, agora estão usando as redes sociais para organizar manifestações contra governos considerados corruptos e desconectados da realidade.

  • 🪧 O ano da “primavera dos novinhos”: Tudo começou com pequenas revoltas locais, mas o padrão se repetiu em vários lugares.

Jovens frustrados com a política e a elite transformaram indignação online em manifestações reais — algumas pacíficas, outras violentas.

🗺️ O panorama: Nos últimos meses, países como Quênia, Indonésia, Filipinas, Madagascar, Marrocos e Peru viram multidões de jovens tomarem as ruas exigindo coisas básicas — como água, luz, educação e saúde.

Além disso, manifestações contra o desvio de dinheiro público e os privilégios da elite política também foram vistas em lugares como Nepal e Madagascar — onde governos foram derrubados.

(g1)

🤳 Virou trend: Além de acontecerem em países com crises de desigualdade, falta de oportunidades e corrupção, o que une os movimentos é o fato de que eles nasceram e cresceram nas redes sociais.

Jovens usam redes como TikTok e Telegram para se organizar, criar memes e espalhar informações em tempo real. No Nepal, a primeira-ministra interina foi até escolhida por uma votação no Discord.

👁️👁️ Bottom-line: Ainda é cedo para saber se esses movimentos vão se transformar em uma força organizada, mas eles já mostraram que a geração dos memes está mudando a forma de fazer política no mundo.

O governo está botando fé no Congresso para ver a MP do IOF aprovada

| Brasil

(g1)

⏰ Correndo contra o tempo: Tudo indica que, nesta noite, Câmara e Senado vão votar uma Medida Provisória que muda algumas regras sobre a taxação de investimentos no país.

Essas cobranças foram desenhadas para compensar a arrecadação que viria de um aumento do IOF — o Imposto sobre Operações Financeiras. Acontece que essa proposta foi derrubada pelos parlamentares.

  • A situação é tensa porque a MP precisa ser votada até hoje no Congresso ou, caso contrário, “caduca” e perde a validade.

✍️ O que está no plano B do governo? A principal mudança da MP é a unificação da alíquota do imposto de renda sobre investimentos financeiros em 18% a partir do próximo ano.

Além disso, a contribuição sobre o lucro das fintechs — os famosos bancos digitais — vai aumentar de 9% para 15%, equiparando-se aos bancos tradicionais.

  • O governo queria elevar a taxação das casas de apostas de 12% para 18%, mas essa parte foi retirada.

No lugar disso, a MP propõe a criação do programa “Litígio Zero Bets”, para que empresas do segmento que atuaram no passado sem pagar impostos possam regularizar sua situação.

💰 Títulos isentos: Após impasses com os parlamentares, o governo decidiu que alguns investimentos, como LCI e LCA, continuarão livres de impostos — o que os torna mais atrativos.

Mas, para além dessas questões técnicas, a votação da MP tem caráter político. Enquanto o governo tenta aprovar o texto voto a voto, a oposição busca derrubar ou, ao menos, enfraquecer a proposta.

👁️👁️ Para onde estão olhando: O aumento do IOF geraria uma arrecadação de R$ 20 bilhões no ano que vem. Agora, com as alterações, a MP tem uma previsão de R$ 17 bilhões a mais nos cofres públicos.

As empresas querem um time de marketing que saiba a linguagem da juventude

| Tendências

(Aida Amer)

▶️ Apertando a tecla SAP: Com os jovens da Geração Z começando a gastar muito dinheiro, chegou a hora de as empresas se esforçarem para entender cada vez mais esse público.

Para se ter uma ideia, até 2030, o poder de compra de quem hoje tem entre 13 e 29 anos deve chegar a US$ 12,6 trilhões no mundo todo.

  • Ou seja, as marcas que não conseguirem se conectar com a Geração Z podem acabar perdendo muita relevância.

🧠 Qual a solução? Para não correr esse risco, grandes companhias estão contratando os serviços de startups especializadas em traduzir a linguagem da tecnologia e os gostos da Gen Z.

Nesse novo modelo de negócio, as empresas realizam pesquisas, grupos de discussão, enquetes online e analisam tendências em todas as principais redes sociais — como se fosse um laboratório.

🧑‍🔬 Quais as descobertas? Ao contrário de gerações anteriores, que podiam achar “cringe” interagir com as marcas, a Geração Z adora dar a sua opinião.

Isso porque os mais jovens veem as empresas como uma extensão da sua identidade. Para se ter uma ideia, quase 60% se sentem conectados a outras pessoas que usam as mesmas marcas que eles.

Isso significa que as campanhas tradicionais podem já não funcionar tão bem.

💭 Pensando nisso… Marcas de saúde, moda e alimentos estão mudando suas estratégias com base no que aprendem nessas pesquisas sobre a Gen Z — por exemplo, focando em conforto e estilo de vida.

Já dá pra dizer que a morte da Odete foi o Super Bowl brasileiro?

| Trending

Para as companhias aéreas, as nuvens também são lugar de luxo

| Negócios

(Jonny Miller)

Enquanto o preço das passagens aéreas está fora de mão para muita gente, quem tem dinheiro sobrando está gastando para dar a volta ao mundo bebendo uma taça de champanhe e comendo caviar.

✈️ Luxo nas alturas: As principais companhias aéreas americanas estão reformando seus aviões para incluir mais assentos premium e menos lugares na econômica.

  • A ideia é lucrar com o público que quer conforto e está disposto a pagar por isso — principalmente aqueles que viajam a negócios e pessoas de maior renda.

🫰 A disputa pelos endinheirados: Em busca de experiências sofisticadas, as empresas estão criando e disponibilizando suítes privativas, assentos-cama, TVs de 27 polegadas, caviar, champanhe, pijamas e chinelos nos voos.

Como nada é por acaso, essas mudanças estão sendo impulsionadas porque as passagens premium estão rendendo mais dinheiro do que a classe econômica tradicional.

Basicamente, as companhias perceberam que sempre houve demanda por assentos melhores, mas que não estavam oferecendo o suficiente.

👋 O famoso “volte sempre”. Essas empresas também perceberam que os passageiros premium são os mais fiéis — justamente os que costumam aderir a programas de milhas e fidelidade.

Mas há um lado B nessa história: quanto mais espaço dedicado aos ricos, menos sobra para os assentos tradicionais. Ou seja, a classe econômica tende a encolher e os preços, a subir.

📈 By the numbers: O número de passageiros da executiva e da primeira classe não para de crescer e, entre o ano passado e este ano, aumentou 11,8%.

Um tour por outras manchetes relevantes do dia

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Tem um mineral puxando o freio dos negócios por aqui

| Economia

(CBN)

Nos últimos dois anos, o preço do lítio despencou 86%, caindo de cerca de US$ 68 o quilo para apenas US$ 9.

🤩 O tal do “ouro branco”: Não é à toa que este mineral é conhecido por esse apelido.

Ele é essencial para fabricar baterias de carros elétricos, celulares, computadores — e seja lá por onde você estiver lendo esta edição.

📉 O que está por trás da queda? Em linhas gerais, as mineradoras produziram muito lítio, acreditando que a demanda por carros elétricos cresceria mais rápido do que realmente cresceu.

  • Como resultado, há muito lítio no mercado e pouca gente comprando — o que fez o preço despencar.

Quem mais vem sofrendo com isso são os países que mais abriram novas minas para exploração do material. Aqui estamos falando de Austrália, Chile e, sim, do Brasil.

🇧🇷 A parte que nos toca: Grandes empresas que produzem lítio por aqui adiaram, desaceleraram ou cancelaram planos de expansão, já que os preços baixos tornam os investimentos pouco vantajosos.

Como se não bastasse, com os valores lá embaixo, as empresas pagam menos impostos e royalties, e os governos arrecadam menos.

🔜 E daqui pra frente? Seja como for, o lítio continua sendo considerado o “combustível do futuro”, essencial para a eletrificação da economia.

Diante disso, o mercado espera que os preços se estabilizem até 2027 e, a partir daí, voltem a subir aos poucos — sempre acompanhando o crescimento dos carros elétricos e do setor de energia limpa.

Ei, não precisa fazer da gente um segredo 🤫

| Programa de Indicação

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