Edição 303 - 11/08/2025

Usando a influência do jeito certo

Enquanto boa parte dos chamados “influenciadores” parece não entender o peso que esse título carrega, um criador de conteúdo paranaense conseguiu unir políticos de todos os espectros graças a um de seus vídeos. Hoje, vamos te contar sobre a causa do “Felca”.

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 Trump quer que os EUA enviem tropas para a América Latina;

🟡 Quando a influência deixa as redes para chegar ao Congresso Nacional;

🔴 Chips made in USA agora chegam à China com “taxa Trump” incluída;

🔵 Para gastar menos, todo mundo virou família nos streamings;

🟣 Governo acelera plano para dar um respiro aos afetados pelo tarifaço.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

“Nós somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito - Aristóteles

Trump quer que os EUA enviem tropas para a América Latina

| Mundo

🇺🇸 Tio Sam versus cartéis: Sem nenhum alarde e sob total sigilo, Donald Trump assinou uma ordem que autoriza as Forças Armadas americanas a realizarem operações contra cartéis de drogas latino-americanos.

Estamos falando de uma medida inédita, já que, historicamente, militares dos EUA atuavam no combate ao narcotráfico apenas dando suporte às polícias de outros países — com treinamentos ou equipamento.

• 🪖 O que muda: Agora, os americanos vão atuar diretamente no combate. A ideia é que o Pentágono direcione tropas para capturar ou até matar integrantes desses cartéis da América Latina.

Entre os principais alvos estão facções mexicanas, como o cartel de “Sinaloa”, e o venezuelano “Cartel de los Soles” — que a Casa Branca diz ser comandado pelo presidente Nicolás Maduro.

O governo americano também já incluiu na lista de “terroristas” gangues como o Tren de Aragua e a MS-13. Facções brasileiras, como o PCC e o CV, estão sendo avaliadas.

• O objetivo declarado é combater o tráfico de drogas, especialmente o fentanil, responsável por milhares de mortes por overdose nos EUA.

😬 Faltou combinar com a outra parte: A medida de Trump reacendeu temores na América Latina de uma nova era de intervenções militares dos EUA.

Não demorou muito para que autoridades latino-americanas lembrassem da Doutrina Monroe e polêmicas do passado — como a invasão do Panamá em 1989 e até o apoio aos governos militares no Brasil.

🇲🇽🇻🇪 Não por acaso… México e Venezuela foram categóricos ao dizer que não vão aceitar tropas americanas em seus territórios.

💰 Bottom-line: O narcotráfico movimenta, todos os anos, algo entre US$ 426 bilhões e US$ 652 bi — sendo estimado em quase 1% do comércio global total.

Quando a influência deixa as redes para chegar ao Congresso Nacional

| Brasil

📹 O vídeo que uniu todos os lados da política: Com mais de 27 milhões de visualizações em quatro dias, um dossiê denunciando a “adultização” de crianças nas redes sociais movimentou Brasília.

O youtuber Felca, responsável pela produção, mostrou como menores de idade estão sendo expostas a situações e comportamentos próprios de adultos — como danças sensuais ou uso de bebidas alcoólicas.

• Clique aqui para assistir ao vídeo.

Um caso específico apontado no vídeo foi o do influenciador Hytalo Santos, que usava menores de idade em conteúdos problemáticos. Depois da denúncia, a conta dele no Instagram foi tirada do ar.

Ultrapassando os limites da tela do celular 🤳

O vídeo de Felca já inspirou ao menos 7 projetos de lei na Câmara dos Deputados para criminalizar a “adultização infantil" — quando crianças são expostas a comportamentos de adultos de forma precoce.

• A ideia central gira em torno de combater a erotização infantil na internet com penas mais rigorosas.

Unindo políticos de esquerda e direita, estão em debate propostas que preveem punir plataformas e responsáveis por esse tipo de conteúdo, além de incluir a adultização como violência psicológica no ECA.

👨‍⚖️ A “Lei Felca” pode virar realidade: O próprio presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou que vai priorizar projetos para proteger crianças e adolescentes nas redes sociais.

Agora, tudo depende da agenda de votações no Congresso, mas, de qualquer forma, a denúncia de Felca mobilizou milhões de pessoas e já deu um impulso para que essas propostas avancem.

Chips made in USA agora chegam à China com “taxa Trump” incluída

| Tecnologia

🇺🇸🇨🇳 Uma ”mordida” de 15%: Duas das maiores fabricantes de chips do mundo — a Nvidia e a AMD — fecharam um acordo inédito com o governo Trump.

A partir de agora, elas só vão poder vender alguns de seus modelos para a China caso paguem uma taxa de 15% ao governo americano sobre toda a receita obtida nessas transações.

• 🫰 Um plano lucrativo: Esse modelo de “royalties” sobre exportações pode render bilhões por ano e, de quebra, desestimular fabricantes americanas a priorizar o mercado chinês.

O tratado chamou a atenção, já que nunca uma empresa dos EUA havia sido obrigada a repassar parte da receita para obter uma licença de exportação.

🔄 O que está por trás disso: O objetivo do governo é, ao mesmo tempo, permitir que as empresas continuem vendendo para a China — mas de forma controlada — e reforçar a arrecadação dos cofres americanos.

Se você ainda não entendeu a relevância disso, lembre que, além do uso com IA, os chips são peças fundamentais para diversos eletrônicos — de geladeiras a carros e até o seu celular.

🌎 Zoom out: O mercado de chips de AI deve saltar dos atuais US$ 123 bi para US$ 311 bilhões até 2029, com uma taxa de crescimento na casa dos 20% ao ano.

Um tour pelas manchetes para começar a semana

🤖🔜 “Rio AI City”: Com investimentos de US$ 65 bi, projeto quer transformar o Rio em um dos maiores hubs de IA do mundo

🇺🇸🇨🇳 A trégua está durando… Trump estende pausa no tarifaço para a China por mais 90 dias

😔🇨🇴 Aos 39 anos: Morre Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência da Colômbia baleado em junho

🖥️👾 Fim de uma era: Empresa vai encerrar definitivamente seu serviço de internet discada

👮‍♂️🚔 Quer tirar pessoas sem-teto das ruas: Trump aciona tropas da Guarda Nacional e assume segurança de Washington

🇺🇦🇷🇺 Guerra na Ucrânia: Zelensky acusa Rússia de não se preparar para paz e de deslocar tropas

Para gastar menos, todo mundo virou família nos streamings

| Negócios

Com o preço das assinaturas subindo, cada vez mais pessoas estão assinando planos familiares — que costumam ser mais baratos — com amigos, conhecidos e até mesmo estranhos.

• 📺 Uma brecha no sistema… Muitos desses planos não exigem que os usuários sejam, de fato, da mesma família e, até quando exigem o mesmo endereço, as empresas quase nunca verificam.

Isso permite que grupos se organizem para rachar a conta todos os meses — já que a maioria dos streamings criou mecanismos contra o compartilhamento de senhas.

O fenômeno até ganhou apelido: “socialismo entre amigos” — uma maneira de reduzir gastos num cenário em que cada vez mais solteiros vivem sozinhos, enfrentando custos altos de moradia, lazer e tecnologia.

• 🤝 Não é só sobre dinheiro: Dividir assinaturas também cria um certo “senso de comunidade”.

Amigos combinam quem assina o quê, fazem planilhas para organizar os pagamentos e até compartilham experiências, como acompanhar a mesma série ao mesmo tempo.

🧐 Para as empresas, um dilema: Se, por um lado, os streamings querem que cada pessoa pague a própria assinatura, por outro, permitir esse compartilhamento pode fidelizar usuários.

Governo acelera plano para dar um respiro aos afetados pelo tarifaço

| Economia

Para ajudar as empresas que vão sofrer com a taxa de 50% imposta pelos EUA sobre a importação de produtos brasileiros, Lula e Alckmin estão finalizando um plano de socorro.

🇧🇷🇺🇸 O que está em jogo: O objetivo é evitar demissões e manter a economia girando e, por isso, um “revide” com taxas contra os EUA foi descartado.

As medidas emergenciais incluem ações como 👇:

• Oferecer crédito com juros baixos para as empresas mais afetadas — especialmente as pequenas — que dependem muito das vendas para os EUA;

• Comprar mais produtos, como alimentos perecíveis, para ajudar quem produz e não consegue vender tudo lá fora;

• Adiar a cobrança de alguns impostos para aliviar o caixa das empresas;

• Cobrar que as empresas que receberem ajuda do governo mantenham os empregos.

Além disso, o governo tenta negociar com Washington para excluir mais produtos do tarifaço, ou seja, para menos itens brasileiros serem taxados com a alíquota de 50%.

💰 O panorama atual: Hoje, cerca de 36% das exportações para os EUA foram afetadas — o que tem prejudicado muitos setores, como carne, café e máquinas.