Edição 279 - 08/07/2025

Sonhar com rei dá leão?

Depois de 30 anos de debate, o Brasil está a um all-in de legalizar os jogos de azar. Cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em cavalos estão na mesa — e o resultado dessa jogada pode mudar o jogo da economia, da política e da sociedade.

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 Na Casa Branca, Trump e Netanyahu colocam Gaza no centro do jantar;

🟡 O que acontece em Vegas pode não ficar mais só em Vegas;

🔴 A Netflix acabou virando uma plataforma de animes;

🔵 Brasil e China fazem acordo por ferrovia que cruza o continente;

🟣 Pequenas empresas estão sentindo o peso dos juros altos.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente - Lygia Fagundes Telles

Na Casa Branca, Trump e Netanyahu colocam Gaza no centro do jantar

| Mundo

🥂 Clima de vitória: Na Casa Branca, Trump recebeu o premiê israelense Benjamin Netanyahu para, juntos, comemorarem os ataques que seus países fizeram contra o Irã.

Na visão deles, as ofensivas foram um grande sucesso e conseguiram evitar que a guerra no Oriente Médio atingisse um estágio de tensão ainda maior.

👀 O elefante na mesa sala: O assunto mais complicado continua sendo a guerra entre Israel e Hamas, que já dura quase dois anos e causou dezenas de milhares de mortes na Faixa de Gaza.

• Trump quer que a guerra acabe logo. Ele está tentando mediar um acordo de cessar-fogo de 60 dias que incluiria a liberação de reféns e envio de ajuda humanitária para Gaza.

• O Hamas disse que toparia o acordo se Israel retirasse suas tropas, mas Netanyahu insiste que isso só vai acontecer quando o grupo se render, entregar as armas e sair do território — algo que a facção não aceita.

🇵🇸 E como ficam os palestinos? A questão mais polêmica do jantar foram as ideias que os dois chefes de Estado tiveram para solucionar a crise de refugiados em Gaza.

O premiê disse que Israel e EUA estão procurando países que aceitem receber palestinos, afirmando que a população teria “livre escolha” para ficar ou sair.

🕊️ Também teve isso aqui: Ao final do jantar, Netanyahu entregou a Trump uma carta indicando o presidente americano ao Prêmio Nobel da Paz, elogiando sua atuação em negociações de paz pelo mundo.

O que acontece em Vegas pode não ficar mais só em Vegas

| Brasil

🗳️As cartas estão na mesa: Enquanto você lê a sua newsletter preferida, os senadores do nosso país estão se preparando para votar um projeto que legaliza os jogos de azar no Brasil.

O que pode mudar?

🃏 Cassinos: Os cassinos só vão poder funcionar em resorts e hotéis de luxo com ao menos 100 quartos e centro de compras. Para embarcações, o número de quartos desce pra 50 — só no luxo.

• Cada estado terá direito a 1 cassino, mas SP pode ter até 3, e MG, RJ, AM e PA, até 2.

🎲 Bingo: O projeto permite o funcionamento permanente com uma casa a cada 150 mil habitantes. As casas de bingo deverão ter capital mínimo de R$ 10 milhões.

🦁 Jogo do Bicho: Hoje ilegal, também passaria a ser permitido, com uma empresa credenciada a cada 700 mil habitantes por estado.

🏇 Apostas em cavalos: Vão poder ser feitas em locais próprios, já usados para esse tipo de corrida — como os jóquei clubes.

🎰 Máquinas caça-níqueis: Também seriam regulamentadas, com exigência de registro e auditorias.

Dividindo opiniões

✅ Os defensores batem na tecla do retorno financeiro, dizendo que, com turismo e empregos, a legalização pode gerar 1,5M de vagas, atrair investimentos de R$ 100 bilhões e aumentar a arrecadação de impostos em R$ 22 bi por ano.

❌ Já quem é contra o projeto argumenta que os jogos causam vício, endividamento e crimes. Além disso, parlamentares contrários temem o aumento da criminalidade e problemas sociais com a possibilidade dos cassinos serem usados para lavagem de dinheiro.

A Netflix acabou virando uma plataforma de animes

| Tecnologia

📺 Virou mainstream e pronto: Se você acha que os tradicionais desenhos japoneses ainda são algo nichado, é melhor pensar de novo.

Isso porque, hoje em dia, mais da metade dos assinantes da Netflix no mundo todo usa o streaming justamente para assistir aos seus animes favoritos.

• Em números absolutos, esse marco representa mais de 300 milhões de pessoas — uma estatística que triplicou nos últimos cinco anos.

Durante 2024, 33 animes entraram no Top 10 global da Netflix, mais que o dobro de 2021.

🫶🏼 A queridinha dos otakus: A plataforma lidera entre os streamings que têm animes no catálogo, ficando à frente de Disney+, Prime Video e até da Crunchyroll, que é especializada no gênero.

• Só nos EUA, 6 em cada 10 pessoas que veem anime fazem isso na Netflix.

🎌 Por que isso está acontecendo? Além da variedade de estilos das produções — indo de ação e ficção científica até romance —, a Netflix oferece animes em mais de 30 idiomas.

Isso ajuda bastante quando olhamos para o fato de que entre 80% a 90% dos usuários preferem assistir aos desenhos japoneses dublados.

👀 E quem assiste? O público é jovem. Metade da Gen Z e dos millennials assiste anime toda semana. Como se não bastasse, eles gastam bem: 28% dos otakus compram mais de US$ 200 por ano em produtos como camisetas, colecionáveis, mangás, pôsteres e itens licenciados.

Hora do nosso tradicional tour pelas manchetes

🇫🇷🇬🇧 Defesa e imigração na pauta: Macron inicia primeira viagem oficial ao Reino Unido desde o Brexit

👨‍⚖️💬 Vai prestar esclarecimentos: Justiça da Flórida manda intimar Moraes em caso de empresa de Trump

🇺🇸💰 Tem mais taxa vindo aí: Trump diz que cobre terá tarifa de 50% e valor do metal dispara 13% em Nova York

🚢🇵🇹 Nossa Senhora de Cabo: Navio português capturado por piratas em 1721 pode ter sido encontrado

🇺🇦🙏 Zelensky agradece… Após pausar o envio, Trump diz que EUA enviarão mais armas à Ucrânia

🛜🚫 Não precisa de internet: Fundador do Twitter está trabalhando em app de mensagens via Bluetooth

Brasil e China fazem acordo por ferrovia que cruza o continente

| Negócios

🚇 Do Atlântico ao Pacífico e vice-versa: Os governos brasileiro e chinês firmaram um acordo para a construção de uma ferrovia gigante que vai atravessar toda a América do Sul.

• Os trilhos vão começar na Bahia, passando por estados como Goiás, Mato Grosso e Acre, até chegar ao Peru, no Oceano Pacífico.

🇧🇷🇨🇳 O que está por trás disso? A ideia é facilitar o envio de produtos brasileiros — como soja e minérios de ferro — para a Ásia, especialmente para a China.

Pense que, com essa ferrovia chegando ao lado peruano do oceano, o tempo de transporte de cargas para a China pode cair de 40 para 28 dias — além de reduzir os custos.

• Isso significa que os nossos produtos podem chegar mais rápido e mais baratos lá, e os produtos de lá podem chegar mais rápido e mais baratos aqui.

💰 A relevância: Os chineses são os nossos maiores parceiros comerciais. No 1º tri deste ano, houve o recorde dessa relação, com as exportações brasileiras para a China chegando a quase US$ 20 bi e as nossas importações batendo US$ 19 bilhões.

A ferrovia gigante ainda está em fase de estudos, e os governos dos dois países estão analisando se é possível usar trechos de trilhos já existentes, além de integrar o caminho com outros tipos de transporte.

Pequenas empresas estão sentindo o peso dos juros altos

| Economia

😰 Operando no sufoco: As micro, pequenas e médias empresas brasileiras estão sofrendo com a atual taxa Selic, que hoje está em 15% ao ano — o maior patamar em 19 anos.

• Pense que os juros altos deixam os empréstimos mais caros. Ou seja, sempre quando as empresas pegam dinheiro emprestado para se manter — o famoso capital de giro —, mais elas pagam por isso.

👇 O problema mora aqui: Acontece que, com o crédito mais caro e as vendas afetadas pela inflação, muita empresa está ficando sem conseguir pagar o que deve.

• Só em maio, elas tomaram mais de R$ 1 bilhão em crédito, principalmente para pagar contas do dia a dia.

💵 Como resultado… A inadimplência bateu recorde: mais de 5% das micro, pequenas e médias empresas estão com dívidas atrasadas, e quase 90% dos pedidos de recuperação judicial vêm delas.

⏸️ Maaaassss… Sem conseguir fechar a conta, muitos empresários estão adiando planos de expansão e tentando sobreviver com o que têm.