Edição 189 - 04/03/2025

800 bi de euros

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 Para se proteger do Kremlin e ajudar Kiev, UE prepara pacotão de 800 bi de euros;

🟡 1 em cada 5 empresas empregadoras no Brasil fecha as portas antes de completar o primeiro ano;

🟣 China e Canadá mostram a Trump que o feitiço quase sempre vira contra o feiticeiro;

🔵 Mais um big deal no mundo da moda está por vir;

🔴 Para a Geração Z, sucesso tem preço: US$ 600 mil por ano.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos - Eduardo Galeano

Para se proteger do Kremlin e ajudar Kiev, UE prepara pacotão de 800 bi de euros

| Mundo

💸 Cada um por si? Depois que os EUA deram sinais de que podem não apenas retirar o apoio à Ucrânia, mas até se alinhar a Moscou na guerra, a União Europeia acelerou os planos para reforçar sua defesa – tanto para proteger Kiev quanto outros países do Velho Continente.

• A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, adiantou que o bloco avalia um investimento de 800 bi de euros para fortalecer a segurança regional e reduzir os impactos de uma possível saída americana da aliança que apoia os ucranianos.

O pacote, chamado de Rearme a Europa, deve ser apresentado na quinta aos 27 líderes da UE, que se reúnem em Bruxelas para mais uma rodada de conversas emergenciais.

👀 Para você não ficar perdido. No domingo, depois das farpas cara a cara de Trump e Zelensky na Casa Branca, os europeus entraram em modo de crise.

• Em um encontro realizado às pressas, os países da UE concordaram em elaborar um plano de paz para a Ucrânia e aumentar os gastos com defesa dentro do bloco.

O entendimento geral é que a segurança da região exige um reforço militar imediato e que o foco não está apenas em apoiar Kiev, mas em impedir que a Rússia avance, mesmo com um possível cessar-fogo.

1 em cada 5 empresas empregadoras no Brasil fecha as portas antes de completar o primeiro ano

| Brasil

O IBGE trouxe, recentemente, um raio-x interessante do mundo dos negócios por aqui.

• Em 2022, o Brasil tinha 7,9 milhões de empresas e organizações formais ativas.

Entre elas, 2,6 milhões eram aquelas que geravam empregos diretamente, com nada menos que 40,5 milhões de pessoas ocupadas – 36,5 milhões com carteira assinada.

🎂 Só que nem tudo é festa. Um a cada quatro business empregadores fechou as portas antes mesmo de apagar a velinha de um ano.

E quando olhamos pra uma janela maior, até 2022, a taxa de sobrevivência despenca pra 37,3%. Sim, quase dois terços não passaram dos cinco anos.

🌈 Agora, o lado bom da história. Nem tudo está perdido. Entre as empresas abertas em 2021, 79,6% conseguiram se manter firmes até 2022. Um respiro em meio a tantos desafios.

China e Canadá mostram a Trump que o feitiço quase sempre vira contra o feiticeiro

| Economia

A 3ª Lei de Newton ataca de novo. Ao estilo "toda ação tem uma reação", China e Canadá anunciaram que vão responder os tarifaços de Trump com, adivinhe, taxações a produtos americanos.

🇨🇳 Pequim, que agora encara um imposto de 10% sobre tudo que vende nos EUA, vai revidar com um aumento de 15% em suas tarifas sobre alimentos e produtos agrícolas yankees, barrar exportações para empresas americanas e bater na porta da OMC com uma denúncia contra os fellow americans.

🇨🇦 Já o Canadá, que levou uma rasteira de 25% nas exportações para os EUA, revidou subindo os impostos sobre quase US$ 100 bilhões em produtos americanos por 21 dias.

Mas, apesar das retaliações, nada muda para o POTUS. Trump já deixou claro que mais tarifas estão a caminho.

• Em abril, devem entrar em vigor impostos recíprocos contra todos os países que mantêm barreiras a produtos americanos, além de taxas setoriais de 25% sobre automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.

Vale destacar que essas tarifas também serão cumulativas, ou seja, aplicadas além de qualquer taxa já existente contra um país.

🔪 E quem será o próximo ex? Ao que tudo indica, o homem mais poderoso do mundo já está pronto para o próximo golpe e deve cravar tarifas de 25% contra a União Europeia.

Além do Velho Continente, Canadá e México, dois dos grandes alvos de Washington, podem sentir ainda mais o baque.

Mais um big deal no mundo da moda está por vir

| Negócios

Versace veste Prada? Em um movimento que pode redefinir o mercado de luxo, a Prada está prestes a comprar a Versace por US$ 1,6 bilhão.

Se confirmada, o que pode acontecer ainda este mês, a junção das duas marcas criaria um concorrente italiano de peso, pronto para disputar espaço com os gigantes da indústria LVMH e Kering.

👗 Mamma Mia, como surgiu esse deal? Bem, é público e notório que a Versace tem enfrentado dificuldades financeiras, com uma queda de 15% na receita e um aumento nas perdas operacionais no último trimestre.

• Enquanto isso, apesar da desaceleração global do setor de luxo, a Prada prosperou — em grande parte impulsionada pelo sucesso da Miu Miu, marca que caiu nas graças da Gen Z.

Sendo assim, não vejo problema em afirmar que se criou um cenário perfeito para uma operação estratégica: de um lado, uma marca icônica precisando de fôlego financeiro; do outro, uma gigante em ascensão, buscando expandir seu império no luxo.

Mas, contudo, todavia, entretanto, mesmo com a aquisição, a boutique italiana ainda está longe do tamanho de seus principais rivais. Seu valor de mercado, hoje, é de US$ 22,5 bilhões, enquanto a LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton, Dior e Fendi, é avaliada em US$ 362 bilhões.

💰 Em que pé estamos. A Prada concluiu a revisão financeira da Versace e não encontrou grandes riscos. Agora, tem caminho livre para formalizar a proposta à Capri Holdings, que comprou a grife em 2018 por US$ 1,9 bilhão.

Para a Geração Z, sucesso tem preço: US$ 600 mil por ano

| Comportamento

O sucesso está nos olhos de quem vê. Uma pesquisa recente revelou que o americano médio acredita que um salário anual de cerca de US$ 270 mil (o equivalente a R$ 1.5 milhão na cotação atual) é suficiente para ser considerado financeiramente bem-sucedido.

• Mas quando olhamos para as diferentes gerações, as expectativas mudam — e muito.

Enquanto os boomers, nascidos antes de 1964, veem o sucesso com rendimentos abaixo de US$ 100 mil por ano, a Geração X e os Millennials (1965-1996) colocam a meta perto de US$ 200 mil.

👦 Sempre eles… Já a Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, mira bem mais alto, com quase US$ 600 mil anuais (hoje, R$ 3.4 milhões) como o padrão ouro de realização financeira.

Em contrapartida, no Brasil, os Z´s têm até dificuldade em pensar no sucesso. Até porque, com 34 milhões de pessoas, ou 16% da população, esses jovens carregam um peso desproporcional no mercado de trabalho: enfrentam uma taxa de desemprego de 24,4%, mais que o dobro da média nacional.

🤯 Mais do que dinheiro. Essas expectativas mostram não só como as gerações encaram o sucesso, mas também como enxergam sua realidade financeira.

Estudos recentes apontam que, quanto maior o salário, maior a percepção de necessidade para alcançar a felicidade financeira. Uma escalada sem fim, guiada pelo desejo de "chegar lá".