Edição 170

Zuck da ficção quer distância de Zuck da realidade

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🔴 Após Trump falar que quer transformar Gaza na Riviera Americana, porta-voz do POTUS joga panos quentes na situação;

🟤 Mais de 6 milhões de brasileiros sofreram com o calor extremo no ano passado;

🟡 O que está rolando por aqui…;

🔵 Zuckerberg da ficção quer distância de Zuckerberg da realidade e não só no Facebook;

🟢 1 em cada 12 pessoas no mundo é usuário ativo do Spotify.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

O tempo é como um rio; você nunca pode tocar a mesma água duas vezes. - Heráclito

Tour pelo globo

🫂 Maria vai com as outras. A Argentina vai se retirar da Organização Mundial da Saúde. A medida do governo Milei vem logo após Trump assinar uma ordem executiva no dia da posse determinando a retirada dos EUA da OMS.

👋 Fechando a porta. Após o presidente americano anunciar o fechamento da USAID, o site da agência publicou uma nota informando uma licença indefinida para seus funcionários. A decisão segue a declaração de Trump de que encerraria a entidade responsável por cerca de 40% da ajuda humanitária mundial.

🍺 Cachaça is in the air. Dois pilotos da Japan Airlines foram suspensos por sete meses após beberem excessivamente e causarem o atraso de um voo em dezembro. O Ministério dos Transportes japonês informou que os capitães desrespeitaram as regras que limitam o consumo de álcool 12 horas antes do voo.

🤖 Where dreams don't come true. A OpenAI tem tentado fechar parcerias com grandes estúdios de Hollywood, como Disney, Warner Bros e Universal, para introduzir sua IA generativa de vídeos, o Sora, na indústria cinematográfica. No entanto, apesar das negociações de meses, a criadora do ChatGPT ainda não conseguiu fechar sequer um acordo.

🔫 Pesquisa, atira, pesquisa, atira. O Google alterou sua política de inteligência artificial e removeu uma cláusula que proibia o uso da tecnologia para o desenvolvimento de armas e vigilância. A mudança, revelada pela Bloomberg, marca uma revisão do compromisso assumido pela big tech em 2018.

🛫 É do Brasil. A Embraer fechou o maior contrato da história da aviação executiva, com um pedido de até US$ 7 bilhões da FlexJet. O pacote inclui 182 jatos, com opção de mais 30 unidades, além de serviços e manutenção.

Após Trump falar que quer transformar Gaza na Riviera Americana, porta-voz do POTUS joga panos quentes na situação

| Mundo

(Reuters)

🏖️ Era isso que o Rei dos Imóveis, como é conhecido nos guetos de NY, queria. Na noite de ontem, Trump sugeriu que os EUA iriam tomar o controle de Gaza e assumir a reconstrução da região — com investimentos, esforços políticos e o exército americano.  

  • Em coletiva ao lado de Netanyahu, primeiro-ministro israelense, o POTUS descreveu sua visão para a área de 365 km² como uma nova riviera, região costeira repleta de paisagens deslumbrantes, clima ameno e grande potencial turístico, tal qual a italiana e a francesa.

Mas, contudo, porém, entretanto, além de estar longe de ser factível, como você pode ver nas imagens abaixo, esse plano envolve inúmeros pontos sensíveis, desde a realocação de 2 milhões de palestinos até a chancela internacional para um empreendimento do gênero.

Aqui é em tempo real, meu jovem. Poucos minutos atrás, a secretária de imprensa da Casa Branca deu um passo para trás, dizendo que o presidente não se comprometeu a tomar terras nem a deslocar os moradores de Gaza permanentemente, agora falando em "realocação temporária".

✈️ Ei, ei, ei, o que seria a realocação dos palestinos? Bem, meu caro, Trump sugeriu que os antigos moradores de Gaza não deveriam retornar à região, alegando que a área não é um lugar para se viver e que as pessoas só querem voltar por não terem alternativa.

  • Veja bem, ele até propôs que outros países do Oriente Médio oferecessem uma nova terra para os palestinos… Que coisa.

Como toda ação, essa também teve reação

Líderes de várias partes do mundo se manifestaram, apoiando ou discordando da fala do homem mais poderoso do planeta. E o Espresso, esperto como sempre, separou os principais posicionamentos:

Israelenses de direita, por óbvio, apoiaram a ideia, vendo nela um alinhamento com políticas mais duras contra os palestinos.

Egito e Jordânia rejeitaram a possibilidade de receber mais refugiados da região, alertando para o risco de desestabilizar o Oriente Médio como um todo.

A Arábia Saudita reafirmou que não vai reconhecer Israel sem um Estado palestino, pondo em xeque os avanços diplomáticos iniciados no governo Biden. E essa posição, meu amigo, mexe — e muito — com o tabuleiro geopolítico do dinheiro...

 Por aqui, o presidente Lula classificou o plano como "incompreensível" e afirmou que quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos.

Mais de 6 milhões de brasileiros sofreram com o calor extremo no ano passado

| Clima

(Agência Brasil)

🥵 Digno de fritar um ovo no asfalto. Com uma sequência de meses de calor extremo, 2024 foi o ano mais quente já registrado — e o primeiro em que a temperatura global ficou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

  • E, como era de se esperar, o maçarico (ops, cenário) brasileiro não foi diferente, com muito, mas muito, mormaço e quentura em cidades de norte a sul do país. 

Para se ter uma ideia, mais de 6 milhões de pessoas por aqui encararam pelo menos 150 dias — uns 41% do ano — de sol rachando, daqueles de fazer o termômetro de rua bater nos 40°C ou mais.

Para além das 111 cidades que sofreram com esses cinco meses, mesmo que espaçados, na sauna aberta, os números mostram que cada esquina do nosso Brasil varonil enfrentou ao menos um dia com temperaturas máximas extremas.

Espresso, why it matters? Olha, espresser, esse calorão trouxe a pior seca da história do Brasil, deixou rios no osso, isolou populações e foi um dos responsáveis por queimar mais de 30 milhões de hectares, uma área quase do tamanho da Itália.

Como se não bastasse, o clima abrasador levou também ao recorde de dengue, com 6 milhões de casos, e, pela primeira vez, à formação de uma região de clima árido no nosso país.

¿Por qué tan caliente? São três as principais causas: o desmatamento causado por humanos, as queimadas e o El Niño, que alterou as chuvas e deixou regiões mais secas e sem nuvens.

💸 O bolso vai sentir. Com temperaturas mais altas e novos choques climáticos, até 3 milhões de brasileiros podem ser empurrados para a pobreza extrema já em 2030. E ainda, a renda global, não só a do BR, deve encolher 20% até 2050, enquanto o PIB do mundo — nesse meio tempo — pode perder quase US$ 40 tri.

O que está rolando por aqui…

| Brasil

(G1)

🏛 Tragédia na igreja de ouro. O teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Salvador, desabou na tarde desta quarta, deixando uma turista morta e seis feridos. O templo, considerado uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo, enfrenta problemas estruturais há anos.

🦹‍♂️ My love Musk. Assim estava salvo o contato do golpista que conversava com a mulher que perdeu mais de R$ 150 mil ao acreditar que estava se relacionando com o empresário bilionário. Prints divulgados pela Polícia Civil mostram mensagens em que o criminoso faz declarações de amor, como “Conhecer você foi o ponto alto da minha vida”.

É o queridinho, não tem jeito. Mesmo com o aumento de 37,4% no preço do café nas prateleiras dos supermercados, o consumo cresceu 1,1% no Brasil em 2024. Foram consumidas 21,9 milhões de sacas frente as 21,6 milhões do ano anterior.

Fala pra Ludmilla que é hoje. poucas horas da estreia pelo Santos, Neymar fez uma postagem nas redes sociais relembrando o número de camisa que usava em sua outra passagem pelo clube. Em uma placa de substituição, aparecem o número 11 e o número 10 com os dizeres: “Sai o menino, entra o príncipe!”.

Zuckerberg da ficção quer distância de Zuckerberg da realidade — e não só no Facebook

| Tech

(Reddit)

Jesse Eisenberg, que interpretou Zuck em A Rede Social, agora quer distância do todo poderoso da Meta.

  • Apesar de ser difícil, já que o filme de certa forma ajudou a expor ainda mais o magnata tech ao mundo, o ator entende que essa associação precisa ficar no passado.

De acordo com Eisenberg, a decisão de Zuckerberg de acabar com a checagem independente de fatos em suas plataformas é extremamente problemática, e nada, absolutamente nada, tem a ver com suas crenças. 

Em poucas palavras, o que acontece, em menor escala, é o Sean Connery tentando fazer com que as pessoas esqueçam que um dia ele foi o 007.

📱 Remember. A Meta anunciou a substituição dos verificadores de fatos por notas da comunidade, no estilo do X, em que os próprios usuários avaliam a veracidade das postagens.

  • Zuck justificou a mudança dizendo que moderadores terceirizados eram tendenciosos e que era hora de "voltar às raízes da liberdade de expressão".

Coincidência ou não, a decisão veio bem na hora em que o CEO da Meta tentava se aproximar de Trump, que acusava a big tech de censurar a direita americana.

Além disso, nessa suposta guinada à droite do dono do Face, Eisenberg questionou o uso do poder financeiro da Meta, sugerindo que, em vez de usarem seus bilhões para algo positivo, Zuckerberg e cia estariam apenas tentando ganhar o favor de quem prega ódio.

🎬 Novo filme, nova vibe. Agora, o Zuck da ficção está promovendo seu novo longa, A Real Pain, indicado ao Oscar. 

O filme, que ele escreveu, interpretou e dirigiu, mistura drama e comédia ao acompanhar dois primos viajando pela Polônia para homenagear a avó falecida, uma sobrevivente do Holocausto.

1 em cada 12 pessoas no mundo é usuário ativo do Spotify

| Negócios

(CHARTR)

Depois de anos tentando alcançar a lucratividade, o balanço financeiro de 2024 do Spotify foi música para os ouvidos dos investidores — desculpe o trocadilho, rs.

  • A empresa apresentou resultados acima do esperado no quarto tri do ano passado, impulsionados por um salto de 10% na base de usuários (quem dera…), que agora somam 675 milhões, e um lucro líquido de US$ 1,2 bi

Essa fórmula, de sucesso por sinal, fez com que, pela primeira vez, o tocador de música mais famoso do mundo fechasse um ano no azul. E você aí querendo resultados robustos no curto prazo...

🎶 Falamos sobre a consequência, agora uma das causas. Os últimos meses de 2024 foram bem fortes — e importantes — para o Spotify, graças à popularidade sem igual de sua campanha anual, o Wrapped.

Embora os números oficiais ainda não tenham saído, em 2023, essa ferramenta que mostra suas músicas, podcasts e artistas mais ouvidos engajou 227 milhões de contas ativas.

E se você ainda não entendeu a conexão, é simples: à medida que a base de usuários do Spotify cresce, o impacto do Wrapped também acelera. 

Isso significa que o app conseguiu aumentar seus números de clientes de forma orgânica, sem precisar gastar tanto com aquisições pagas.

Quem divide, multiplica

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Season 3 Nbc GIF by The Office

(Giphy)

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