Edição 111

O CEO das mil e uma noites

No Espresso de hoje, você vai ver:
1. Tour das manchetes;
2. Para surpresa de absolutamente ninguém, Trump escolhe Musk para chefiar Departamento de Eficiência;
3. CEO de cidade de US$ 1 tri na Arábia Saudita renuncia ao cargo;
4. A longa viagem de Baku a Belém.

Tour das manchetes

🗃️ Jornada de trabalho. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) anunciou que a PEC para limitar a semana de trabalho a 36 horas e acabar com a escala 6×1 alcançou o número mínimo de assinaturas. A proposta agora poderá ser protocolada e iniciar sua tramitação.

➗ É difícil compreender Pitágoras. Cerca de 65,1% dos estudantes brasileiros se sentem ansiosos com a possibilidade de reprovar em matemática, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Parte do estudo da OCDE, publicado nesta quarta, revelou que a média dos países do grupo é de 54,8%.

🤝 Aperto de mãos. Donald Trump e Joe Biden se reuniram na Casa Branca nesta quarta, uma semana após a vitória do republicano na eleição presidencial. Biden o parabenizou e assegurou que trabalhará por uma transição suave para o próximo governo.

⛓️ Xadrez. Um tribunal de apelações da Argentina confirmou a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão e a inelegibilidade para cargos públicos. A decisão, unânime entre os juízes, ratifica a sentença de 2022.

📅 Marque no calendário. Em abril de 2029, o asteroide Apophis, conhecido como “Deus do Caos”, passará tão próximo da Terra que causará efeitos diretos em sua estrutura, como tremores e deslizamentos na superfície. O fenômeno, previsto por cientistas da Universidade Johns Hopkins, é resultado da atração gravitacional do nosso planeta sobre o asteroide.

🫦 That's what she said. O ator, diretor e produtor norte-americano John Krasinski foi eleito o homem mais sexy de mundo de 2024 pela revista People. Krasinski estampa a capa da publicação da semana, que anualmente escolhe um novo nome para o título.

Para surpresa de absolutamente ninguém, Trump escolhe Musk para chefiar Departamento de Eficiência

| Mundo

(AFP)

Donald Trump anunciou que o magnata Elon Musk e o empresário Vivek Ramaswamy estarão à frente do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, com a missão de reduzir os gastos federais e simplificar a burocracia do governo americano.

  • Ainda não está claro se esse departamento será uma agência formal, mas o presidente eleito anda prometendo que a equipe de Musk trabalhará em parceria com a Casa Branca para implementar uma “reforma estrutural” ambiciosa, com uma abordagem empreendedora inédita no governo.

Em um comunicado, Trump disse que a ação se tornará o "Projeto Manhattan de nosso tempo". O que, sinceramente, não sei se vejo como algo destrutivo ou inovador.

Para quem assistiu a Oppenheimer, a referência é clara. O Projeto Manhattan, programa secreto dos EUA, criou as primeiras armas nucleares, mudando o rumo da guerra com investimentos massivos e especialistas dedicados. Nascido de uma necessidade militar urgente, marcou o início de uma era na história americana.

👓 O portal da transparência versão EN/US. Após o anúncio, o CEO da Tesla foi ao X garantir que o processo será completamente acessível ao público, prometendo divulgar todas as ações do Departamento online e até manter um “placar” dos gastos públicos mais absurdos, afirmando que será “trágico e divertido ao mesmo tempo”.

Com os gastos federais dos EUA somando US$ 6,75 trilhões em 2024, o objetivo de Musk & cia é cortar até US$ 2 trilhões, com foco na burocracia federal.

Musk admitiu que essas mudanças podem causar dificuldades temporárias aos americanos, e destacou que deverá pressionar por uma desregulamentação maior em áreas de seu interesse, como inteligência artificial e criptomoedas.

A meta é concluir o trabalho até 4 de julho de 2026 — um “presente” de eficiência para os EUA em celebração aos seus 250 anos.

CEO de cidade de US$ 1 tri na Arábia Saudita renuncia ao cargo

| Negócios

(CNBC)

Parem as máquinas? Imagine se alguém resolvesse investir trilhões para construir uma metrópole deslumbrante no deserto e, de repente, as obras fossem desaceleradas por conta da renúncia do principal executivo dessa empreitada.

  • Por mais surreal que pareça, é exatamente isso que está acontecendo na Arábia Saudita. O CEO do projeto NEOM, Nadhmi al-Nasr, deixou o cargo de forma inesperada, justamente no momento — e não por acaso — em que a iniciativa enfrenta estouros de orçamento e desafios complexos de engenharia.

🏙️ Vamos por partes. Embora já tenhamos visto muitas ideias megalomaníacas, esta ultrapassa tudo o que já foi feito e imaginado na história.

Isso porque o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, está investindo nada menos que US$ 1 tri para construir uma cidade com praias que brilham no escuro, pistas de esqui, uma lua artificial, robôs mordomos e táxis voadores — tudo movido por energia 100% limpa.

E isso não é tudo. Inicialmente, o plano incluía, no coração da cidade, um "arranha-céu vertical" chamado The Line, projetado para se estender por 170 km e abrigar quase 10 milhões de pessoas, com previsão de conclusão até 2045.

Mas, com ajustes, desistências (como essa recente) e escândalos, o projeto enfrentou reduções drásticas. The Line, por exemplo, passou do impressionante comprimento inicial mencionado para apenas 2,4 km.

👎 Tudo o que é ruim pode piorar. É o que prova a NEOM, cercada por polêmicas.

Em certas áreas da cidade, por exemplo, IAs terão acesso a 90% dos dados dos habitantes para personalizar serviços, muito além dos cerca de 10% usados em cidades inteligentes convencionais.

Além disso, o agora ex-CEO, conhecido por sua liderança rígida, teria afirmado “trato todo mundo como escravo.”

Outros executivos também deixaram o projeto recentemente, como Antoni Vives, acusado de fraude em seu país, e Wayne Borg, que reclamou de ser chamado a uma reunião para lidar com a repercussão de mortes de funcionários.

A longa viagem de Baku a Belém

| Patrocinado por Beon ESG

(Agência Brasil)

Na COP29, o painel “De Baku a Belém” colocou o Brasil sob os holofotes, com o anúncio da próxima conferência no coração da Amazônia, em Belém, no Pará.

Na manhã de hoje, representantes brasileiros se reuniram no estande do consórcio dos estados amazônicos para celebrar e alinhar metas para a COP30, já apelidada de “COP das COPs” de 2025. E a Beon ESG, claro, registrou tudo.

Quem disse o quê

🟢 Helder Barbalho, governador do Pará, destacou as melhorias que virão para a cidade-sede, com revitalização urbana, investimentos em transporte, hotelaria, saneamento e desenvolvimento ambiental.

🟢 Clécio Luis, governador do Amapá, reforçou o debate sobre justiça climática, sublinhando a importância de dar voz às comunidades amazônicas. “A Amazônia é muito mais que árvores. Ela representa as pessoas que vivem ali, muitas vezes em situações desafiadoras. É essencial equilibrar desenvolvimento e preservação”, apontou ele, em um alerta para o impacto humano.

🟢 Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, foi incisiva ao mencionar a urgência de ações concretas: “São 32 anos discutindo regras, enquanto a temperatura só sobe. Pra alcançar nossas metas, precisamos de recursos e políticas baseadas em evidências”, disse, sublinhando a necessidade de compromissos reais.

À tarde, o Brasil entregou oficialmente sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que projeta uma redução de emissões de até 67% até 2035, tomando 2005 como referência.

🟢 Geraldo Alckmin, vice-presidente, defendeu a meta ambiciosa, afirmando que ela reflete a alta ambição brasileira de ação climática, com foco na viabilidade.

O Brasil, agora, prepara o terreno para transformar planos em realidade, com a COP30 como promessa de um novo marco ambiental global.

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