Edição 198 - 17/03/2025

China da América Latina?

Se o começo da semana costuma ser mais monótono, a edição de hoje chegou pra mudar com essa história. Além de estarmos incomodando a maior potência do mundo, o clima voltou a esquentar no Oriente Médio — e nem estamos falando de Israel.

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 EUA voltam a atacar os houthis e o Mar Vermelho vira palco de tensão;

🟡 A indústria de aço dos EUA está incomodada com a brasileira;

🔴 Os streamings descobriram que os youtubers podem ser galinhas dos ovos de ouro;

🔵 Forever 21 entra com pedido de falência nos EUA… de novo;

🟣 Governo da China vai entrar em campo para dar um boost na economia.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico - Sêneca

EUA voltam a atacar os houthis e o Mar Vermelho vira palco de tensão

| Mundo

(New York Times)

Depois de fazer ataques aéreos no Iêmen contra os rebeldes houthis, os EUA voltaram a atacar o grupo hoje cedo, fazendo o número de mortes causadas pelos bombardeios subir para 53.

🪖 De quem estamos falando? Os Houthis são uma milícia armada xiita que surgiu no norte do Iêmen. Os rebeldes recebem apoio do Irã e também são alinhados a facções terroristas como Hezbollah e Hamas.

Desde meados de 2023 o grupo vem causando transtorno no Mar Vermelho ao atacar embarcações do Ocidente — principalmente dos EUA. Só no fim de semana dois porta-navios americanos foram atingidos.

Why it matters: Pelo menos 15% de toda a carga transportada pelas águas no planeta passa pela região do Mar Vermelho — que é a principal rota comercial entre a Ásia e a Europa.

Isso sem falar no fato de que o golfo desemboca no Canal de Suez, responsável por movimentar US$ 1 trilhão/ano.

Esse novo acúmulo de tensão na região afeta o comércio global, aumenta os custos de transporte e pode fazer os preços do petróleo — e da gasolina que você coloca no seu carro — subir.

Além de ser o 7º maior produtor de petróleo do mundo, o Irã é a maior potência militar do Oriente Médio, sendo bem mais armado que os terroristas que sustenta e ainda contando com o apoio de países como a Rússia.

A indústria de aço dos EUA está incomodada com a brasileira

| Brasil

(UOL)

🇧🇷🇨🇳 A “China da América Latina”. Foi assim que o Brasil chamado pela principal associação das empresas siderúrgicas dos EUA numa carta enviada ao governo americano.

Diante de toda a potência da nossa indústria de aço e metal, os americanos reclamaram à Casa Branca que o nosso país cobra tarifas altas — de 12% a 35% sobre o material que vem dos EUA.

  • Com isso, empresas da Terra do Tio Sam teriam dificuldades para competir no nosso mercado. Além disso, a associação se queixou dos supostos altos subsídios que o governo dá para as empresas de aço daqui.

A relevância: Nosso país é o 2º maior fornecedor de aço para os americanos, enviando mais de 4M de toneladas do material só no ano passado — o que rendeu US$ 3 bi aos cofres brasileiros.

Ao mesmo tempo, é a China que mais fornece aço importado para o Brasil. Em 2023, o Brasil já havia importado 5M de toneladas de aço, sendo mais da metade desse volume proveniente do mercado chinês.

Ou seja… É justamente essa parceria que vem incomodando os americanos, que defenderam no documento as taxas anunciadas por Trump.

Caso você já tenha se esquecido, os EUA anunciaram a cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país — podendo afetar a indústria brasileira em US$ 1,5 bi.

👨‍🏭 Zoom out: Para este ano, a produção de aço bruto no Brasil deve cair 0,6% para 33,5 milhões de toneladas, fazendo as vendas também recuarem em cerca de 0,8% para 21 milhões de toneladas.

Os streamings descobriram que os youtubers podem ser galinhas dos ovos de ouro

| Tecnologia

(Prime Video)

Mostrando que a internet continua invadindo a televisão mesmo quando a TV se reinventa, os youtubers estão ganhando cada vez mais espaço nas plataformas como Netflix, Amazon Prime Video e Peacock.

Qual é a estratégia? Com o YouTube dominando cada vez mais o tempo que as pessoas passam assistindo a vídeos, os streamings estão investindo em nomes que já fazem sucesso na rede para atrair mais público.

  • Hoje o YouTube é a plataforma mais assistida nas TVs americanas e já deixou de ser algo exclusivo para celulares e computadores. O site lidera o tempo de exibição em smart TVs com 11% de todo o mercado.

📹 Virou business: Se antes os youtubers eram vistos como “cidadãos de segunda classe” pela indústria de Hollywood, agora eles são tratados não só como estrelas, mas também como grandes produtores.

É como se os canais gigantes tivessem se tornado grandes estúdios, e o grande divisor de águas para isso foi o sucesso que o reality do Mr. Beast — o maior youtuber do mundo — fez na Prime Video.

🔢 By the numbers: A produção gerou mais de US$ 100 milhões de lucro para a Amazon, sendo assistida por 25% de todos os assinantes do Prime nos EUA nas primeiras semanas de lançamento.

Entrando na mesma onda, o Peacock — streaming da NBC — fechou contrato com 4 creators para séries de comédia e o Disney + negocia com youtubers que fazem conteúdo family friendly.

O primeiro tour de manchetes da semana

🔥🚀 Quer colonizar o planeta vermelho: Elon Musk quer levar Starship para Marte até o fim do ano que vem

🇺🇸🇷🇺 Na pauta: paz na Ucrânia. Trump vai conversar por telefone com Putin amanhã

Forever 21 entra com pedido de falência nos EUA… de novo

| Negócios

(Forbes)

🛍️ O para sempre que acabou? Pela segunda vez em seis anos, a operadora da Forever 21 nos EUA entrou com um pedido de falência assumindo ter mais de US$ 1,5 bilhão em dívidas acumuladas.

No documento, a empresa citou a concorrência das rivais chinesas de e-commerce Shein e Temu — que estão dominando a onda fast fashion no mercado on-line com preços e mão de obra muito mais barata.

  • O que acontece agora? O que a Forever 21 fez nos EUA é parecido com uma recuperação judicial no Brasil. Agora, a empresa vai tentar renegociar suas dívidas e vender ativos para arrecadar dinheiro.

A Forever já começou a fazer liquidações em mais de 350 lojas nos EUA, e a expectativa é que as operações físicas no país sejam 100% encerradasmesmo que alguém compre o negócio.

Os tempos mudaram… Com inflação alta e mudanças nos hábitos de consumo, onde mais gente está comprando on-line, o site da marca deve continuar funcionando — assim como poucas lojas físicas em outros países.

No Brasil, a Forever 21 encerrou as suas operações em 2022.

🔙 #TBT fora de época: No auge, a varejista já faturou mais de US$ 4 bi por ano, empregando mais de 40 mil pessoas e tendo 350 lojas nos EUA — das quais 30% fecharam depois do 1º pedido de falência em 2019.

Governo da China vai entrar em campo para dar um boost na economia

| Economia

(Rebecca Zisser)

É hora de agir. Vendo que a situação econômica não está das melhores e vem sofrendo principalmente com a queda no consumo, o governo chinês decidiu lançar um plano para reverter a situação.

O objetivo principal é fazer com que o PIB da China cresça 5% neste ano — algo difícil de se alcançar com o país prestes a embarcar no maior período de deflação desde a década de 1960.

🤔 Por que isso é ruim? Embora num primeiro momento as coisas estarem ficando mais baratas parece algo positivo, na realidade esse fenômeno pode ser um sinal de uma economia em apuros.

  • A deflação traz problemas como falta de demanda — quando as pessoas não estão comprando — e o excesso de oferta — muitos produtos sendo fabricados, mas poucos sendo vendidos.

🇨🇳 Ok, e o que vai ser feito? O plano prevê um aumento dos salários e melhorar a situação financeira dos agricultores, permitindo que eles usem suas casas como garantia para empréstimos, por exemplo.

Para fazer as famílias gastarem mais, o governo vai criar linhas de crédito e subsídios para creches, aumentar o tempo de férias remuneradas e até criar novos feriados curtos.

Por fim, o pacotão também fala em expandir o turismo, ampliando o número de países em que cidadãos não precisam de visto para visitar a China.

🇺🇸 O fator Trump: Com os EUA impondo novas tarifas sobre produtos chineses, não dá para o país continuar colocando suas fichas sobre as exportações e, por isso, o foco está sendo o consumo interno.

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