Edição 190 - 05/03/2025

Faraós em Gaza?

Se a quarta-feira é de cinzas, sabemos que você pode estar só o pó. Seja como for, o que você vai ficar sabendo hoje é que o Egito quer passar o aspirador por toda a região de Gaza — e promete bilhões para isso. 👀

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 Trump e suas polêmicas voltam a dar as caras para o Congresso americano;

🟡 Enquanto EUA e China brigam, Brasil pode sair sorrindo;

🔴 O celular que vai te dar um clone digital feito por IA;

🔵 Egito monta plano bilionário de reconstrução para evitar a tal da “Trump Gaza”;

🟣 Pela primeira vez em décadas, setor de private equity está na corda bamba.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

A única alegria no mundo é começar. É bom viver porque viver é começar sempre, a cada instante - Cesare Pavese

Trump e suas polêmicas voltam a dar as caras para o Congresso americano

| Mundo

🇺🇸 “America is back.” Foi assim que Donald Trump começou o seu primeiro discurso para todos os deputados e senadores americanos desde que voltou a ocupar o cargo mais poderoso do planeta.

Um resumo da noite: O speech quebrou o recorde de discurso presidencial anual ao Congresso mais longo na história moderna e não contou com os apelos habituais por unidade entre os dois partidos.

Separamos os pontos mais importantes pra você:

• 🇧🇷 Brasil mentioned: Citando nominalmente o nosso país, Trump disse que vai intensificar as chamadas “tarifas recíprocas” — aumentando impostos de importação sobre países que cobram mais dos EUA;

• 💸 E por falar em imposto… O POTUS defendeu as tarifas e minimizou as críticas que falam em “guerra comercial”. Segundo ele, as maiores taxas sobre países como México e Canadá vão “tornar a América rica novamente”;

• 🇬🇱 Sim, ele realmente tá de olho nela: Trump relembrou o seu desejo de anexar a Groenlândia ao território americano, e disse que vai tomar a maior ilha do mundo — que hoje é um território dinamarquês — “de um jeito ou de outro”;

• 🇺🇦 A polêmica relação com a Ucrânia: Depois de uma reunião um tanto quanto acalorada, D.T. disse que Zelensky mandou uma carta para a Casa Branca afirmando estar disposto a trabalhar com os EUA para atingir a paz no Leste Europeu;

• 💬 Musk & inflação & imigração: Por fim, Trump agradeceu Elon Musk pela redução no número de servidores públicos, culpou Biden pela alta no preço dos alimentos — principalmente ovos — e disse que as deportações de imigrantes vão aumentar.

Clique aqui para ver o discurso completo na íntegra.

O day after também foi animado 🗓️

O dólar começou o dia operando em forte queda por conta das falas sobre as políticas tarifárias americanas — principalmente pela retaliação por parte do Canadá e da China.

A Suprema Corte também deu as caras: O STF americano proibiu Trump de congelar US$ 2 bilhões de verba da USAid para ajuda internacional e obrigou o governo a retomar os repasses para o resto do mundo.

Enquanto EUA e China brigam, Brasil pode sair sorrindo

| Brasil

🤑 Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Com a “guerra das taxas” rolando solta entre algumas das maiores potências comerciais do mundo, o Brasil pode acabar virando o porto seguro dessa história.

Isso porque com a China comprando menos dos EUA por conta da alta nas tarifas entre os dois países, o nosso país deve passar a vender ainda mais alimentos para o setor asiático.

• Isso inclusive já aconteceu no primeiro mandato de Trump à frente da Casa Branca, quando o Brasil aumentou as vendas de soja para os chineses.

Analistas também apontam que, para além da China, México e Canadá podem querer negociar mais com o Brasil e com o Mercosul, abrindo novas oportunidades de exportação.

🇨🇳🇺🇸 Faca de dois gumes? Enquanto a China é a principal parceira comercial do nosso país, os EUA são o segundo — o que também pode nos deixar numa situação um tanto quanto complicada.

Pense que se o Brasil decidir se alinhar muito com a China e se transformar na “alternativa número 1 aos americanos”, Washington pode enxergar o gesto como um apoio à retaliação chinesa.

Além disso, uma possível alta exponencial na exportação de alimentos pode gerar uma queda no abastecimento do mercado interno — causando uma piora na inflação.

O celular que vai te dar um clone digital feito por IA

| Tecnologia

🤖 Siri já é coisa do passado… Um celular apresentado ao mundo nesta semana chamou a atenção de especialistas por trazer uma proposta completamente diferente do que estamos acostumados.

• A ideia do Newnal AI é criar uma versão virtual do dono do aparelho para ajudar nas tarefas do dia a dia. Segundo a empresa por trás do gadget, o avatar vai se parecer, falar e pensar exatamente como o ser humano.

Como funciona? O próprio celular vai coletar sozinho todas as informações disponíveis sobre o dono nas redes sociais, bancos, registros médicos, fotos, vídeos e históricos de navegação disso.

Depois disso, os dados são tratados por inteligência artificial — sempre ela — e o avatar fica disponível numa telinha menor que aparece na parte de cima do celular.

🤳 A grande diferença: Ao contrário de outros celulares que já vêm com inteligência artificial integrada, o Newnal é o primeiro que guarda as informações numa rede de blockchains — a mesma tecnologia das criptomoedas.

O aparelho vai ser lançado em maio por cerca de US$ 375 — aproximadamente R$ 1.850. Agora, resta saber se ele realmente vai cumprir tudo o que promete ou se vai acabar parando na lista de fracAIssos como esse aqui.

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Egito monta plano bilionário de reconstrução para evitar a tal da “Trump Gaza”

| Negócios

O mundo ficou surpreso com o vídeo que o presidente americano postou na semana passada do que seria a “Trump Gaza” — uma espécie de mega cidade/resort no meio de uma das regiões que, hoje, é uma das mais perigosas do Oriente Médio. Relembre aqui.

🇪🇬 Mas eis que chegaram os faraós: Para evitar que as cenas feitas por IA se tornem realidade, o Egito propôs um plano multibilionário de reconstrução para a Faixa de Gaza, que se encontra devastada pela guerra entre Israel e Hamas.

• A ideia egípcia é de um investimento de US$ 53 bilhões por cinco anos. Além da remoção de escombros, o plano prevê a construção de mais de 200 mil casas e de um aeroporto.

Vários países árabes, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Jordânia, aprovaram o plano. Eles querem que os palestinos permaneçam em suas terras — ao contrário da proposta dos EUA.

🤔 Mas quem cuidaria da região? Para o Egito e seus aliados, o ideal seria criar um comitê independente para administrar Gaza por um determinado período até que a Autoridade Nacional Palestina (ANP), rival do Hamas, possa assumir o controle.

Outro obstáculo é que os países árabes que embarcaram no plano do Egito exigem um caminho claro para a criação de um Estado palestino, algo que sempre dividiu o Oriente Médio e a ONU.

Pela primeira vez em décadas, setor de private equity está na corda bamba

| Economia

🐄 Tempos de vacas magras… Fazia tempo que uma das áreas da economia mais conhecidas pelos altos volumes de investimento não sabia o que era passar aperto.

O setor de private equity está no seu pior momento em pelo menos 20 anos, fazendo com que investidores ao redor do mundo não estejam vendo o dinheiro voltar conforme tinha sido prometido.

⏸️ Uma pausa para traduzir o economês: A área é responsável pelos grandes fundos que investem em empresas de fora da bolsa — muitas ainda desconhecidas — para reformulá-las e, depois, vender por um valor maior.

• O que está pegando agora é que esses fundos estão com problemas nessa última fase da operação: a de vender as empresas e conseguir um retorno sobre os investimentos feitos.

By the numbers: No ano passado, o volume de captação caiu 23% e, além disso, os ativos sob gestão caíram 2%. O valor total que está sendo administrado pelos fundos passa dos US$ 4,5 bilhões.

Acontece que, disso tudo, US$ 3 trilhões estão em negócios antigos que ainda não foram vendidos. Ou seja, isso cria uma “bola de neve”: sem vender, não há dinheiro novo entrando. ❄️

Looking forward: Especialistas acreditam que o setor só vai se recuperar em três ou quatro anos. Como principais obstáculos estão a alta dos juros e a incerteza sobre os rumos da economia mundial sob ameaça de guerra comercial.