- 💨 espresso
- Posts
- Edição 183 - 24/02/2025
Edição 183 - 24/02/2025

A maçã de meio trilhão de dólares
Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:
🟠 A Alemanha decidiu ligar a seta para a direita;
🟡 Quando o assunto é orçamento, o STF deixa a Família Real para trás;
🔵 Apple anuncia plano de meio trilhão de dólares para os EUA;
🔴 A Gen Z está sentindo no bolso o preço de pegar dicas financeiras pelo TikTok;
🟣 Os EUA nunca dependeram tanto dos endinheirados quanto agora.
🥠 Seu biscoitinho da sorte
É bem melhor ser coautor de coisas brilhantes do que autor solitário de coisas medíocres - Washington Olivetto
A Alemanha decidiu ligar a seta para a direita
| Mundo

(Financial Times)
↪️ Mudança de rumos. Em uma das eleições mais polarizadas dos últimos tempos e que contou com recorde de comparecimento, os alemães escolheram trocar as lideranças do país.
O Partido Social-Democrata, de centro-esquerda, que antes comandava o Parlamento, acabou sendo derrotado e terminou a votação em terceiro lugar.
⏸️ Uma pausa para o contexto: Como a Alemanha é parlamentarista, as eleições por lá decidem os membros do Budestag — o Parlamento deles. Depois disso, são os parlamentares que formam alianças e decidem um novo primeiro-ministro para o país.
O partido que elege mais deputados acaba por emplacar o premiê. Foi isso que aconteceu com o partido conservador União Democrata Cristã, que teve ~30% dos votos e colocou Friedrich Merz no posto mais importante da política alemã.
👀 O que mais chamou a atenção? Confirmando o colapso da coalizão de esquerda que antes governava o país, a AfD — partido de extrema-direita — teve a sua melhor votação da história e garantiu a segunda maior base do Parlamento com mais de 20% dos votos.
Os próximos passos da terra do chucrute 🇩🇪
Friedrich Merz e o seu partido vão precisar formar alianças para conseguirem governar — o que pode levar meses. São duas principais opções na mesa:
Os conservadores se juntam com a extrema-direita da AfD;
O partido de centro-direita faz uma aliança com o de centro-esquerda.
A segunda opção é a mais provável, já que Merz deu declarações recentes dizendo que não iria compor um governo com a AfD. Sendo assim, uma coalizão centrista deve governar a Alemanha.
Looking forward: Merz é conservador com visões liberais na economia. Ele defende medidas mais duras para restringir a imigração, redução de impostos e uma Europa mais independente dos EUA — principalmente em questões de segurança.
Vale lembrar que, além de ser o país europeu mais populoso, a Alemanha é a maior economia da Europa e a 3ª maior do mundo. No ano passado, o PIB do país caiu 0,2%, marcando o 2º ano seguido de retração.
Quando o assunto é orçamento, o STF deixa a Família Real para trás
| Brasil
🇧🇷🇬🇧 God save the Supreme. Todos sabemos que o Brasil não tem rei ou rainha, mas, se depender do dinheiro que pagamos para o Poder Público, daria muito bem para sustentarmos uma monarquia.
Isso porque a nossa Suprema Corte custa quase 40% a mais do que a manutenção da Família Real no Reino Unido.
Em números: No ano passado, enquanto o STF custou R$ 897,6 milhões aos pagadores de impostos, a monarquia britânica recebeu R$ 645,1 milhões dos seus súditos.
Por aqui, a Suprema Corte conta com 11 ministros e 1.200 funcionários. Já a Família Real, do rei Charles 3º, tem 1.133 funcionários à disposição.

(Poder360)
De todas as despesas do STF, o pagamento de salários é a que mais recebe dinheiro — sendo responsável por 59% do orçamento da Corte.
Daqui pra frente… Pra este ano de 2025, o orçamento do Supremo foi aprovado em R$ 954 milhões. Para além do STF, se olharmos para a Justiça como um todo, o Brasil tem o Poder Judiciário mais caro do mundo — representando 1,6% do nosso PIB.
A maior polêmica em relação a esse valor é a dos supersalários, já que alguns juízes e desembargadores recebem salários muito acima do teto constitucional por conta do acúmulo de benefícios.
🧑⚖️ E o que dizem os ministros? O STF diz que não faz sentido comparar os gastos do Tribunal com os da Família Real, principalmente pelas funções completamente diferentes que as duas instituições têm.
O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, afirmou que todos os gastos são transparentes e que o Supremo atua diretamente na vida dos brasileiros — indo além da mera função de representação.
Apple anuncia plano de meio trilhão de dólares para os EUA
| Negócios

(Bloomberg)
A Apple deve fazer o maior investimento da história de uma empresa privada nos EUA. Depois de se reunir com Trump na Casa Branca, o CEO Tim Cook confirmou o valor de US$ 500 bilhões em quatro anos.
💰 Pra onde vai todo esse dinheiro? Os investimentos vão focar em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento dentro do país, além da criação de 20 mil empregos e a construção de uma mega fábrica no Texas.
Grande parte das aplicações vai ser direcionada ao impulsionamento das tecnologias de inteligência artificial, como engenharia de chips e a produção de servidores e data centers.
🍎 A estratégia da maçã: Ao colocar tanto dinheiro nos EUA, a Apple deixa claro que está procurando cada vez mais reduzir a sua dependência da China — onde a grande maioria dos iPhones é fabricada.
Além da Terra do Tio Sam, Tim Cook também tem movido a produção dos gadgets da empresa para a Índia.
O lado político dessa história: O mega investimento é a primeira grande vitória de Trump desde sua volta à Casa Branca — principalmente no momento em que ele aumentou tarifas sobre produtos importados e criou tensões comerciais com a China.
Não à toa, o presidente comemorou o anúncio e disse que ele só foi possível graças a confiança que a Apple tem no seu governo. Na prática, Trump está dizendo que outras empresas podem — e devem — investir nos EUA.
👀 Uma visão geral: A Apple diz que gera quase 3 milhões de empregos nos EUA entre postos diretos e indiretos. No ano passado, a BIG TECH faturou US$ 391 bilhões — sendo US$ 94 bi de lucro.
Aquele tour pelas manchetes do começo da semana
🇻🇦🏥 Atualizações do Vaticano: Papa Francisco tem leve melhora, mas segue em estado crítico
💻👜 Quer ter de tudo… Walmart aposta no e-commerce e passa a vender Gucci e marcas de luxo nos EUA
🇺🇦🇷🇺 Foi chamado de “ditador”: Zelensky diz que renuncia à Presidência da Ucrânia se paz for selado com a Rússia e o país entrar na Otan
🎙️🕵️♂️ O nome dele é Dan Bongino: Trump nomeia podcaster como vice-diretor do FBI
☕️📊 O café ficou mais amargo… Starbucks demite mais de 1.000 funcionários em plano de reestruturação
A Gen Z está sentindo no bolso o preço de pegar dicas financeiras pelo TikTok
| Tecnologia

(TubeFilter)
📉 Quando as dicas viram dívidas… Uma nova categoria de influenciadores tem conquistado cada vez mais jovens nas redes sociais com promessas de dinheiro fácil e investimentos com grandes retornos.
Conhecidos como “fincluencers”, os donos dos perfis se tornaram, praticamente, os assessores financeiros da Geração Z e dos millennials — aqueles nascidos entre 1997 e 2012 e 1981 e 1996, respectivamente.
Os números não mentem (mas assustam): Um estudo mostrou que 77% da Gen Z e mais de 60% dos millennials tomam decisões envolvendo dinheiro com base no que veem nas redes sociais.
Enquanto os millennials preferem canais no YouTube e perfis no Instagram, a Geração Z abraçou o TikTok — principalmente no nicho do chamado #FinTok.
Acontece que, apenas para a surpresa deles mesmos, quase 40% da Gen Z e 33% dos millennials disseram que seguir os conselhos das redes sociais impactou negativamente as suas vidas.
🤳 Se endividar virou trend? Como se não bastasse, 37% e 25% deles acabaram em problemas com a Receita Federa, respectivamente. Além disso, 1/4 de cada grupo caiu em golpes financeiros e esquemas de pirâmide.
Economistas dizem que as redes sociais podem ser uma ferramenta útil para aprender noções básicas, mas que orientar seus investimentos com base nas palavras de influenciadores sempre vai ser um risco enorme.
Bottom-line: Apesar desses números, a confiança da Gen Z em influenciadores aumenta a cada ano e, no geral, as dicas e recomendações são seguidas em diferentes nichos — de finanças a turismo e cuidados pessoais.
Os EUA nunca dependeram tanto dos endinheirados quanto agora
| Economia

(Sarah Grillo)
Enquanto a grande maioria da população americana está colocando as despesas na ponta do lápis e percebendo que precisa segurar o orçamento, o topo da pirâmide vive uma situação muito diferente.
🇺🇸 What’s happening there? Os 10% mais ricos dos EUA — que faturam mais de US$ 250 mil por ano — estão gastando muito mais do que antes, principalmente em viagens e itens de luxo.
A classe alta aumentou os gastos em 12% no último ano. Já as outras faixas de rendimento registraram redução de despesas.
Aprofundando nos números, essa pequena parcela dos americans é responsável por quase 50% de todo o gasto de consumidores no país. No começo do século, esse número não passava dos 35%.
👇 Why it matters: A maior economia mundial está cada vez mais dependente de um número restrito de pessoas. Ou seja, se os gastos dos mais ricos diminuírem, a economia dos EUA — e consequentemente do mundo — acaba afetada.
Para se ter ideia, economistas apontam que quase 1/3 do PIB dos EUA depende, justamente, do consumo da população mais rica do país.
Ao mesmo tempo em que o patrimônio líquido dos mais endinheirados aumentou em mais de US$ 35 trilhões — ou 45% — desde a pandemia, o restante da população teve um crescimento de US$ 14 tri.
Looking forward: Para os próximos meses, há sinais de que a confiança dos consumidores ricos na economia está diminuindo devido a ameaças de tarifas sobre produtos importados e incertezas econômicas.
O que você achou da edição de hoje?Se quiser, pode explicar o motivo depois de votar. |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
That’s all, folks!
De segunda a sexta, no final da tarde, separamos as principais manchetes e uma seleção das informações mais relevantes do Brasil e do mundo. Em poucas palavras, enviamos o essencial, sem rodeios.