Edição 177 - 14/02/2025

A poção do amor virou negócio

Boa tarde. No Espresso de hoje, você vai ver:

🟠 O mundo nunca precisou de tanta energia quanto agora;

🟡 Curar um coração partido virou um grande negócio para feiticeiros no Brasil;

🔵 O CEO do JPMorgan falou poucas e boas sobre o home-office;

🔴 A IA pode estar acabando com o pensamento crítico das pessoas;

🟣 Millennials que desistiram do “sonho da casa própria” fazem aluguéis dispararem.

🥠 Seu biscoitinho da sorte

Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o lado racional, você simplesmente desiste - Steve Jobs

O mundo nunca precisou de tanta energia quanto agora

| Mundo

Será que dá para ligar a gente na tomada? A Agência Internacional de Energia confirmou hoje que o consumo de eletricidade no nosso planeta vai aumentar no ritmo mais rápido dos últimos tempos. Veja o relatório completo aqui.

Se a porcentagem te parece pouco, saiba que estamos falando de adicionar mais do que o equivalente a um Japão inteiro ao consumo mundial de eletricidade ano após ano.

🤔 E por que eu preciso saber disso? Colocando mais pressão sobre as redes elétricas, esse aumento sem precedentes pode impactar no seu bolso por levar a ajustes nos preços da energia.

Os países emergentes e em desenvolvimento — como nós aqui do Brasil, por exemplo — vão ser responsáveis por 85% desse crescimento da demanda por eletricidade.

A nova era da energia elétrica ⚡

Com o aumento da produção industrial e popularização dos carros elétricos, é natural que a demanda por energia cresça. Mas existe um fator que puxa essa fila: os data-centers de IA.

📖 Para ficarmos na mesma página: Assim como a “nuvem” onde você guarda os seus arquivos, todos os dados na internet — incluindo os que alimentam as IAs — precisam, na verdade, de um espaço físico.

• Acontece que essas bibliotecas de dados consomem muita energia, e com tanta IA nova surgindo, a demanda global por data centers deve triplicar até 2035 — representando mais de 1/5 de todo o consumo de eletricidade na Terra.

Fechando com uma boa notícia: Fontes de energia de baixa emissão devem ser suficientes para suprir esse aumento na demanda, e as emissões de CO₂ da geração elétrica devem se estabilizar nos próximos anos após um aumento de 1% em 2024.

Curar um coração partido virou um grande negócio para feiticeiros no Brasil

| Brasil

“Trago seu amor em 7 dias.” Cartazes desse tipo estão cada vez mais comuns nas ruas Brasil afora e, em dia de Valentine´s Day no resto do mundo, o assunto chamou a atenção da mídia estrangeira.

• O Wall Street Journal — principal publicação de negócios do mundo e segundo jornal mais lido dos EUA — dedicou uma matéria de capa ao aumento de feitiços amorosos no nosso país. Clique aqui para ler na íntegra.

🧙 A “cura” para os corações partidos: Com uma das taxas de divórcio que mais crescem no mundo, muitos brasileiros estão recorrendo a rituais mágicos para trazer de volta o parceiro que foi embora ou evitar traições.

Os dados mais recentes, de 2022, mostram que o número de divórcios bateu recorde, atingindo 420 mil registros — quase 80% a mais do que em 2010. Ao mesmo tempo, o número de casamentos está em queda livre desde 2015.

Virou business… O chamado “mercado de feitiços” se tornou um grande negócio, com lojas vendendo kits de magia, sabonetes “chora aos meus pés”, pós do amor e até extrato de carrapato para aumentar a sedução.

Isso sem falar na enxurrada de magos tiktokers e youtubers que ensinam os seus inscritos a fazerem as magias em casa por conta própria. Canais desse tipo acumulam centenas de milhares de seguidores.

🐸😔 Esses não viraram príncipes: A onda de feitiços no nosso país tem sido particularmente ruim para os sapos e galinhas — já que muitos desses animais acabam sendo usados em rituais.

O CEO do JPMorgan falou poucas e boas sobre o home-office

| Negócios

“Simplesmente não funciona!”. Foi com essas palavras que o CEO do maior banco do mundo rejeitou o pedido de funcionários que queriam o trabalho híbrido de volta e exigiu que todos compareçam aos escritórios 5 dias por semana.

Na visão de Dimon, o home-office reduz a produtividade e a criatividade das equipes, além de permitir que vários integrantes de reuniões nem sequer prestem atenção no que está sendo tratado nos encontros — deixando ele bem “P” da vida.

⏰ Hora do contexto: O JPMorgan tem mais de 317 mil funcionários, e alguns deles chegaram a se movimentar para formar um sindicato — o que é incomum no setor financeiro dos EUA.

• Além disso, 950 empregados assinaram uma petição pedindo que o banco flexibilizasse as regras do trabalho presencial, permitindo que eles pudessem trabalhar de casa pelo menos às sextas-feiras.

Foi aí que o CEO foi direto e reto: “Nem vou perder tempo com isso”. Dimon enfatizou que apesar das reclamações, o banco teve lucro recorde em 2024 e suas ações dobraram de valor nos últimos cinco anos.

Entre outras declarações e palavras impublicáveis nessa newsletter, o CEO do JPMorgan criticou políticas de diversidade e disse que quer que todos os departamentos do banco sejam 10% mais eficientes.

💼🏠👨🏻‍💻 Presencial X Híbrido X Home-office

Pesquisas mostram que quase metade dos funcionários que podem trabalhar de casa prefeririam mudar de emprego se fossem obrigados a voltar ao escritório em tempo integral.

Enquanto isso… Os escritórios parecem estar de volta à ativa, já que a parcela de pessoas que disseram trabalhar 100% presencialmente dobrou no ano passado em relação a 2023.

Um tour para chegar no fim de semana sabendo de tudo

📲🫨 “Ops, foi sem querer querendo…”: Moradores de SP e RJ que usam Android acordaram assustados hoje quando pegaram o celular e viram um alerta de terremoto que soou de madrugada. Acontece que foi um erro do Google e, na realidade, nenhum tremor foi registrado.

☢️🇺🇦 Melhor evitarem esse lugar: O presidente ucraniano disse que o exército da Rússia atacou com drones a usina nuclear de Chernobyl, causando “danos significativos” à estrutura. O governo russo negou e disse que a acusação é falsa. Seja como for, nenhum vazamento radioativo foi registrado.

🇻🇦⛪️ “Está sereno e de bom humor”: Foi isso que disse o Vaticano sobre a condição do Papa Francisco, que foi internado hoje cedo para tratamento de bronquite. O pontífice estava com febre baixa e precisou fazer alguns exames para verificar a sua situação pulmonar.

🛢️🌊 Essa história está dando o que falar… Em mais uma declaração defendendo que a Petrobras explore petróleo na Foz do Rio Amazonas, Lula disse que tem certeza que Marina Silva “jamais será contra” a exploração. Acontece que a ministra do Meio Ambiente já teve posicionamentos mais cautelosos sobre o assunto.

A IA pode estar acabando com o pensamento crítico das pessoas

| Tecnologia

Um estudo feito por uma universidade americana e pela Microsoft — sim, a mesma empresa que investiu bilhões em inteligência artificial — descobriu que o uso de IA no dia a dia pode deixar as pessoas mais burras.

🤿 Aprofundando: A pesquisa acompanhou 319 profissionais que usam IA no trabalho e concluiu que quanto mais as pessoas confiam na IA para realizar tarefas, menos elas usam o pensamento crítico. Veja o estudo completo aqui.

• Isso pode gerar uma atrofia das habilidades cognitivas. É como se, com o tempo, o seu cérebro fosse “enferrujando” por falta de uso, já que quanto maior a dependência da tecnologia, menor o esforço mental.

O contexto importa: O estudo não diz que a IA é necessariamente ruim, mas sim que existe um risco de dependência excessiva — principalmente quando as pessoas nem sequer questionam as respostas da tecnologia.

Para evitar a atrofia cognitiva, os pesquisadores recomendam que a inteligência artificial estimule o pensamento crítico como, por exemplo, explicando como chegou a uma resposta ou sugerindo formas de melhorar o resultado.

Isso porque… Quem confia muito nos resultados da IA tende a questionar menos e só aceitar as respostas. Já aqueles que não confiam tanto acabam revisando e corrigindo — usando mais o pensamento crítico.

🗝️ Pra fechar com chave de ouro: Na visão dos pesquisadores, o ideal mesmo é equilibrar o uso da IA no dia a dia e não tomar tudo que a tecnologia proporciona como verdade absoluta.

Millennials que desistiram do “sonho da casa própria” fazem aluguéis dispararem

| Economia

Nos EUA, os preços dos aluguéis de casas projetadas para uma pessoa, ou, no máximo, uma família sem filhos, subiram 41% em comparação com os níveis de antes da pandemia.

🏠 O que está acontecendo? A taxa é muito maior do que a registrada para os outros tipos de moradia, e olhar para os inquilinos desses tipos de residência ajuda a entender um movimento curioso na Terra do Tio Sam.

• Os millennials — aqueles que nasceram entre aproximadamente 1981 e 1996 — estão sendo os apontados como responsáveis pelo boom no preço dos aluguéis dessas casas menores.

Com muitos na faixa dos 40 anos, eles são hoje a geração que mais movimenta o mercado imobiliário americano, mas, com os preços das casas nas alturas e a dificuldade de juntar o valor da entrada, alugar virou uma opção mais viável.

O “sonho da casa própria” ficou para depois… A idade média dos inquilinos subiu de 33 anos em 2021 para 42 anos em 2024, e só 13% deles acreditam que, um dia, vão conseguir comprar uma casa — uma mínima histórica.

🤳 E a famosa Gen Z? Quando olhamos para uma faixa etária ainda menor — a dos nascidos entre 1997 e 2012 —, quase 50% dos seus integrantes vive com os pais e não tem planos para sair de casa.

🇧🇷 Por aqui no Brasil, os millennials pensam sim em comprar um imóvel, mas não necessariamente para morar. 1/3 dos brasileiros encara o ato de ter sua própria casa como um investimento — esperando o imóvel valorizar ou ganhando todo mês com aluguel.